E estamos na semana do Natal.
Não quero deixar-te ali.
Tu não queres ficar ali.
Pensei que talvez fizessem um jantar na noite de 24.
Talvez pudesse alguém acompanhar-te.
Não.
Não há nada de especial para esse dia.
Achei desumano e terrivelmente solitário, mas entendi.
Há horários para cumprir, medicação para dar.
E percebi que à noite há um comprimidinho mágico que ensona e torna tudo mais calmo.
Mas tu não desistias.
Fazias planos.
Querias sair.
Não querias passar a quadra na companhia de umas árvores de Natal feitas de revistas.
Estranhas aquelas árvores, complexas, cheias de letras e caras.
E tu a esforçares-te para me explicar como se faziam.
Que haverias de fazer algumas para casa e pendurar o que quisesses.
Os dias a passar, a minha apreensão a aumentar.
Não quero este Natal.
Vou deitar-me cedo.
Talvez também eu tome um comprimido maravilha.
Talvez adormeça rápido.
E então uma boa notícia.
O médico, depois de nos consultar, deixa-te vir passar o Natal a casa. Condição...voltar passado quatro dias.
O teu sorriso, os teus planos.
Compras que tens que fazer para os sobrinhos.
Compras que apenas serão feitas dias depois.
A agitação. Estou contente mas apreensiva.
E se não quiseres voltar?
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