quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

O Que Ela Me Explica

A minha noção de bipolaridade é aquela que vagueia por aí.
Qualquer pessoa estranha, com um humor estranho é bipolar.
Achei que o caso da N. era muito mais que isso.
A N. tinha perdido o tino, estava desconfiada, era como uma criança de cinco anos que precisava de orientação.
E então a médica orientou-me
.
Chamou-me a atenção para pormenores que eu não associava à bipolaridade.
O discurso descordenado, assuntos que começavam e não acabavam, dificuldade em parar de falar.
Inquietude, não conseguir estar parada, levantar-se vezes sem conta.
Nem na hora das visitas a nossa presença a acalmava, não conseguia estar muito tempo sentada a conversar.
Sem que a médica me abrisse muito o jogo, presumo que seja uma táctica para não nos chocar ou melindrar, percebi que ela achava que as queixas físicas eram meramente psicossomáticas.

Fiquei chocada.
Admito que preferia um AVC a uma doença mental.
Ninguém quer isso. Há muitas dúvidas, muitos medos.

Não queria esses medos.

Sem comentários:

Enviar um comentário